sexta-feira, 13 de julho de 2012

CONHECENDO MELHOR UMA SALA DE RECURSOS



 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

- SALA DE RECURSO-

PROFESSORA: Isabel Maria Pereira Cunha
ESCOLA M.CARLOS PINHEIRO CHAGAS

-2012-

Uma nova perspectiva
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, Decreto Nº 6.571 de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado-AEE. Destinam-se recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica-FUNDEB ao AEE, que atende alunos com deficiência, de natureza física, intelectual ou sensorial. Alunos com transtornos globais de desenvolvimento, incluindo neste grupo os alunos com autismo, síndrome de Asperg, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) e transtornos invasivos sem outra especificação. Alunos com altas habilidades/superdotação.
              Os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB possibilitam às redes de ensino o investimento na formação continuada de professores, oferta de mobiliário, novos recursos tecnológicos, espaços físicos e outras ações com a intenção de organizar o AEE para as Salas de Recursos Multifuncionais, que são os espaços localizados nas escolas de Educação Básica, onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado- AEE , portaria Nº 13, de 24 de abril de 2007, disponibilizando as Salas de Recursos Multifuncionais Tipo I e Tipo II. As Sala de Recursos Multifuncionais Tipo I são constituídas de microcomputadores, monitores, fones de ouvido e microfones, scanner, impressora laser, teclado e colméia, mouse e acionador de pressão, laptop, materiais e jogos pedagógicos acessíveis, software para comunicação alternativa, lupas manuais e lupa eletrônica, plano inclinado, mesas, cadeiras, armário, quadro melânico. As Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II são constituídas dos recursos da Sala de Recurso Multifuncional do Tipo I acrescidos de outros recursos específicos para o atendimento de alunos com cegueira, tais como impressor Braille, máquina de datilografia Braille, reglete de mesa, punção, soroban, guia de assinatura, globo terrestre acessível, kit de desenho geométrico acessível, calculadora sonora, software para produção de desenhos gráficos e táteis. 
 

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – SALA DE RECURSO DA ESCOLA MUNICIPAL “CARLOS PINHEIRO CHAGAS'.


   A Escola Municipal “Carlos Pinheiro Chagas” foi contemplada em março de 2012 com a implementação do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para que os alunos com necessidades especiais houvessem acesso e participação efetiva na aprendizagem. O AEE da Escola M. “Carlos Pinheiro Chagas” é realizado em um espaço reservado denominado Sala de Recursos com a oferta de planejar os atendimentos considerando peculiares de cada aluno.
  São atendidos 12 alunos, sendo 7 deficientes intelectuais da própria Escola,1 deficiente auditivo da Escola M. “Djalma Pinheiro Chagas”, 1 deficiente físico da Escola M. “Arco Iris”, 1 de baixa visão da Escola M. “José Aldo” e 2 de paralisia cerebral, sendo 1 da própria Escola e o outro da Escola M. “José Aldo”. Os atendimentos são no contraturno de cada aluno com uma hora de atendimento e as vezes em dupla ou trio, as vezes individual, de acordo com cada deficiência.
  O profissional atuante tem formação específica e atende os dois turnos , (matutino e vespertino) para melhor articulação com os professores regentes e outros profissionais que atendem o aluno. A metodologia em uso é “Estudo de Caso”, visando identificar, elaborar e organizar os recursos, dos alunos com necessidades especiais.

PROPOSTA DA SALA DE RECURSOS




POLÍTICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
  De acordo com as diretrizes, a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva Educação Inclusiva, é um movimento mundial pela Educação Inclusiva, uma ação política, social, cultural e pedagógica , em defesa de todos os alunos estarem juntos aprendendo, participando sem nenhum tipo de discriminação.

                                             Qual a finalidade deste movimento? 
  Para que os alunos com NE (Necessidades Especiais) tenham acesso e participação efetiva na aprendizagem.

                                             Como daria a participação destes alunos?
 Com a GARANTIA  - do  AEE – Atendimento Educacional Especializado, Decreto N° 6571 (2008) que dispõe sobre este Atendimento e o seu financiamento por meio do FUNDEB.
                                            O que é o AEE?                                                            
AEE – Atendimento Educacional Especializado “[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas”. Alunos com deficiência física, TGD, Altas Habilidades.
                                           Onde é feito este Atendimento?
Realiza-se em um espaço reservado, de preferência na Escola comum denominado S.R. (Sala de Recurso), S.R. Multifuncional do Tipo I e Tipo II

                                           Como é feito a organização do AEE?
Organização e oferta do AEE – Planejar os Atendimentos, considerando peculiares de cada aluno. Metodologia: Colaborativa deRedes, Estudo de Caso, ABC ( Aprendizagem Baseada em Caso), ou ABP (Aprendizagem Baseada em Problema), Trabalhos com projetos entre outras. O aluno tem que estar matriculado e ser freqüente na Escola Comum, com Atendimentos Contraturno. Não é Atendimento Clínico e nem Reforço Escolar, visa identificar, elaborar e organizar os recursos. Deverá ter efetiva articulação com a  Escola Comum e os demais profissionais que atendem o aluno. O profissional atuante no AEE, deverá ter formação específica; a gestão competirá sobre estas ações.
                              Como fica a Escola Comum perante a implementação do AEE?
Mudanças _ Escola Comum- Novos Ideais – Questionar, contrapor, recriar. Plano Político Pedagógico – Soluções próprias.



O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E O AEE

De acordo com as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, publicada pela Secretaria de Educação Especial - SEESP/MEC, em abril de 2009, o Projeto Político Pedagógico da Escola deve contemplar o AEE como uma das dimensões da escola das diferenças. Nesse sentido, é preciso planejar, organizar, executar e acompanhar os objetivos, metas e ações traçadas, em articulação com as demais propostas da escola comum.

A democracia se exercita e toma forma nas decisões conjuntas do coletivo da escola e se reflete nas iniciativas da equipe escolar. Nessa perspectiva, o AEE integra a gestão democrática da escola. No PPP, devem ser previstos a organização e recursos par o AEE: sala de recursos multifuncionais; matrícula do aluno no AEE; aquisição de equipamentos;
indicação de professor para o AEE; articulação entre professores do AEE e os do ensino comum e redes de apoio internos e externos à escola.

No caso da inexistência de uma sala de recursos multifuncionais na escola, os alunos não podem ficar sem este serviço, e o PPP deve prever o atendimento dos alunos em outra escola mais próxima ou centro de
atendimento educacional especializado, no contraturno do horário escolar. O AEE, quando realizado em outra instituição, deve ser acordado com a família do aluno, e o transporte, se necessário, providenciado. Em tal situação, destaca-se, a articulação com os professores e especialistas de ambas as escolas, para assegurar uma efetiva parceria no processo de desenvolvimento dos alunos.

O PPP prevê ações de acompanhamento e articulação entre o trabalho do professor do AEE e os professores das salas comuns, ações de monitoramento da produção de materiais didáticos especializados, bem como recursos necessários para a confecção destes.

Além das condições para manter, melhorar e ampliar o espaço das salas de recursos multifuncionais, inclui-se no PPP a previsão de outros tipos de recursos, equipamentos e suportes que forem indicados pelo professor do AEE ao aluno.

O PPP de uma escola considera, no conjunto dos seus alunos, professores, especialistas, funcionários e gestores, as necessidades existentes, buscando meios para o atendimento dessa demanda, a partir dos objetivos e metas a serem atingidas. Ao delimitar os tempos escolares, o PPP insere os calendários, os horários de turnos e contraturnos na organização pedagógica escolar, atendendo às diferentes demandas, de acordo com os espaços e os recursos físicos, humanos e financeiros de que a escola dispõe.
No caso do AEE, por fazer parte desta organização, o PPP estipulará o horário dos alunos, oposto ao que freqüentam a escola comum e proporcional às necessidades indicadas no plano de AEE; e o horário do professor, previsto para que possa realizar o atendimento dos alunos, preparar material didático, receber as famílias dos alunos, os professores da sala comum e os demais profissionais que estejam envolvidos.

Enquanto serviço oferecido pela escola ou em parceria com outra escola ou centro de atendimento especializado, o PPP estabelece formas de avaliar o AEE, de alterar práticas, de inserir novos objetivos e de definir novas metas visando ao aprimoramento desse serviço.

Na operacionalização do processo de avaliação institucional, caberá à gestão zelar para que o AEE não seja descaracterizado das suas funções e para que os alunos não sejam categorizados, discriminados e excluídos do processo avaliativo utilizado pela escola.
O PPP define os fundamentos da estrutura escolar e deve ser coerente com os propósitos de uma educação que acolhe as diferenças e, sendo assim, não poderá manter seu caráter excludente e próprio das escolas dos diferentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A garantia de acesso, participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas contribui para a construção de uma nova cultura de valorização das diferenças.
Do ponto de vista da Escola Comum, ressaltou-se o papel do Projeto Político Pedagógico como instrumento orientador desses espaços e a participação e comprometimento dos professsores na elaboração e execução desse Projeto. Quanto à Educação Especial, reiteramos a necessidade de esta modalidade de ensino ser parte integrante do PPP, para que seus serviços possam ser implementados na perspectiva da Educação Inclusiva, como prevê a Política Nacional da Educação Especial.
O entrelaçamento dos serviços de Educação Especial, entre os quais o Atendimento Educacional Especializado, conjuga igualdade e diferenças como valores indissociáveis e como condição de acolher a todos nas escolas. As ações para consolidação do AEE exigem firmeza e envolvimento de todos os que estão se empenhando para que as escolas se tornem ambientes educacionais plenamente inclusivos.
Nessa caminhada em favor de uma escola para todos, a educação especial brasileira tem tomado decisões e iniciativas que surpreendem pela ousadia de suas propostas e coerência de seus posicionamentos com o que nossa Constituição de 1988 prescreve como direito à educação.
A possibilidade de inventar o cotidiano (CERTEAU, 1994) tem sido a saída adotada pelos que colocam sua capacidade criadora para inovar, romper velhos acordos, resistências e lugares eternizados na educação. É a determinação e um forte compromisso com a melhoria da qualidade da educação brasileira que está subjacente a todas essas mudanças que estão propostas pela Política atual da Educação Especial.



REFERÊNCIA:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: A Escola comum Inclusiva. Fascículo I

               Fotos: sala de Recursos da Escola Municipal "Carlos Pinheiro Chagas"

                                     
                                                 Quadro melanínico, mesas substituindo a mesa 
                                                  redonda, recurso de baixa tecnologia (blocos 
                                                  lógicos);        
                                      
                                              Armário de aço: duas portas, três prateleiras;
                                     
                                                Acessórios: almofadas, tapete;
                                     
                                                    Recurso de baixa tecnologia: jogo "Lego"
                                     
                                                              Identificação da sala
                                     
                                                 Recursos de baixa tecnologia: Livros infantis, com
                                                 o  suporte, (Plano Inclinado)  para os alunos de
                                                 baixa visão (visão subnormal);
                                     
                                           Recursos de alta tecnologia: Lupa Eletrônica, programa Boardmaker;
                                           Recurso de baixa tecnologia: Lupa manual, (baixa visão) jogo de dominó
                                           em brailer  e alfabeto em brailer (cegueira).